Para compreendermos melhor como a Terapia Física Vascular BEMER se aplica ao tratamento de feridas, é necessário primeiramente rever alguns aspectos do processo de cicatrização. Este processo ocorre por diversos fatores que levam à reconstituição tecidual, independente do agente causador (fatores mecânicos, químicos, isquêmicos, entre outros). A cicatrização depende do organismo como um todo, sendo um processo dinâmico e sistêmico e não apenas a lesão propriamente dita.
Tratamento BEMER em feridas (imagem ilustrativa pixabay)
A cicatrização ocorre em três fases, sendo a primeira delas a fase inflamatória que se inicia assim que há a lesão. Essa primeira fase tem a função de sinalizar a mensageiros celulares que houve um rompimento do tecido e recrutar substâncias necessárias ao processo de cicatrização. Nesta fase surgem vermelhidão, aumento da temperatura local, inchaço e dor, com duração de 24 -72 horas aproximadamente.
A segunda fase é a proliferativa (ou de proliferação). Ela se inicia após o quarto dia de lesão e permanece até a segunda ou terceira semana, dependendo das condições da lesão e do paciente. Por fim, a última fase é a fase de maturação (ou de remodelamento), que se estende até a 6-8 semanas após a lesão. É nesta fase que todas as substâncias e tecidos são reestruturados para o fechamento do ferimento e formação da cicatriz.
Saiba quais são os tipos de cicatrização:
1) Primeira intenção, quando as bordas da ferida são aproximadas, sem perda de tecido e ausência de infecção, com mínimo edema. Exemplo: ferimentos suturados.
2) Segunda intenção, quando ocorre uma perda grande de tecido e pode haver ou não infecção concomitante. Nela não é possível a aproximação das bordas, as feridas são deixadas abertas e fecharão por meio da contração e epitelização (processo onde o tecido novo forma o revestimento do local lesado). Exemplo: feridas abertas crônicas.
3) Terceira intenção, quando há uma infecção anterior que precisa ser tratada para que haja a reaproximação das bordas da ferida e posterior fechamento.
Conheça os fatores que interferem na cicatrização das feridas:
- Fatores sistêmicos: faixa etária, estado nutricional, oxigenação e perfusão tecidual (fluxo sanguíneo local), doenças crônicas (hipertensão arterial sistêmica, diabetes), medicamentos em uso, tratamento tópico adequado.
- Fatores locais: características da ferida (tamanho, profundidade), vascularização do local, isquemia tecidual (se houve perda do suprimento de oxigênio para o tecido), cuidados com a lesão e o grau de contaminação. Lembrando que a avaliação da ferida e o tipo de curativo devem ser determinados por um profissional de saúde.
Segundo a representante da BEMER Brasil, Consuelo Garcia, a Terapia BEMER age por meio de estímulos bioeletromagnéticos que interferem na microcirculação, aumentando o fluxo dos vasos de menor calibre, fornecendo oxigênio e nutrientes de forma mais eficiente para as células e liberando toxinas produzidas no processo de respiração e metabolismo celular .
Além disso, a tecnologia BEMER:
● Atua como facilitador da microcirculação através da vasodilatação;
● Acelera a síntese de ATP (energia) pelas mitocôndrias, ativa a produção de proteínas;
● Acentua o transporte de aminoácidos (base da produção de proteínas);
● Aumenta a captação de oxigênio tecidual;
● Favorece a permeabilidade da membrana celular (fluxo de íons – potássio, cálcio, sódio – para dentro e fora das células);
● Ativa trocas metabólicas (melhora das funções celulares);
● Estimula a atividade de fibroblastos acelerando a síntese de colágeno dérmico e epidérmico;
● Produz mais efetivamente o tecido cicatricial de reparo (granulação) e proporciona a restauração de ferimentos e lesões na pele com maior rapidez.
Vale reforçar que a Terapia BEMER pode ser utilizada desde casos simples como um pequeno corte até casos complexos como úlceras, gangrenas, queimaduras, psoríase.
Para um resultado mais eficiente, fazem-se necessárias algumas recomendações, tais como:
Usar sempre aplicação sistêmica (BBody) associada à aplicação local (B.Pad, B.Spot, B.Light); a aplicação sistêmica deve sempre ser iniciada com intensidades baixas e com aumento gradativo;
Aplicação local com intensidade e programas altos; aplicação B.Pad/B.Spot deve ser seguida de B.Light, composto por luz monocromática de baixa intensidade que complementa os efeitos na cicatrização;
Utilizar técnicas de biossegurança (cuidados na contaminação do aparelho e da ferida);
Avaliar condições de hidratação e nutrição do paciente;
Utilizar curativos apropriados em complemento;
Avaliar estado geral e a resposta sistêmica.
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